Estudantes participam da Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG), que acontece neste sábado, 29 de maio
27/05/202115:32- atualizado às 13:53 em 29/03/2022
Uma vasta área descampada no Jardim Brasília, em Americana, se transformou em uma espécie de centro de lançamento de foguetes, construídos com garrafas PET. Estudantes de diversas escolas da cidade vão até o local para fazer os testes com seus protótipos e atrair a atenção de quem passa por lá. Neste mês de maio, a movimentação no local cresceu, pois os alunos se preparam para participar da 15ª edição da Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG), que acontece neste sábado, 29 de maio, a partir das 8h.
Nas escolas do SESI em Americana, 19 alunos participarão da atividade, que consiste em construir e lançar foguetes o mais longe possível. Bianca Camargo Antonio e Yasmin Camille Zanata de Paula, ambas com 13 anos e alunas do 8º ano do SESI Americana (422), vão competir no nível 3 da Mostra, com foguetes de garrafas PET que utilizam água e ar comprimido como combustível.
A partir de conceitos de física e matemática, os alunos colocam em prática o conhecimento adquirido em sala de aula. O experimento é composto por: foguete, base de lançamento e bomba de ar utilizada em pneus de bicicletas. A base é feita de canos de PVC e o foguete é construído com duas garrafas PET (corpo e ponta). Para o lançamento, é utilizada uma bomba, que pressuriza a água de dentro do foguete e garante o disparo em alta velocidade.
O foguete possui três partes: ponta (ou coifa, com formato aerodinâmico, que pode ser pontiaguda, tipo cone), corpo (parte central do foguete) e empenas (ou aletas, que garantem a estabilidade). O desafio da construção é encontrar o centro de gravidade, que é o ponto de equilíbrio do foguete, e o centro de pressão, cujo melhor posicionamento garante maior velocidade.
Bianca e Yasmin estão determinadas a quebrar a próprio recorde e ter, no sábado, o lançamento com a maior distância. Para isso, elas vêm se dedicando muito e fazendo diversos testes de lançamento. Até agora, elas atingiram 243 metros e buscam, na competição, ultrapassar os 250 metros. “O teste é para ter controle do que vamos fazer no dia da Mostra. Nós avaliamos o desempenho do foguete e fazemos as modificações necessárias” conta Yasmim. “Se o primeiro foguete que lançamos fosse o da competição, ele não iria tão longe assim. Por isso vamos modificando ao longo do tempo”, completa Bianca.
Para Edvaldo Milan, professor de Ciências do SESI Americana, além da vivência do conteúdo prático, a participação na MOBFOG proporciona a superação de desafios. “O fogueteiro é resolvedor de problemas, porque durante todo o processo, ele vai se deparar com uma infinidade de problemas e de variáveis, e eles terão que avaliar, inferir e tomar decisões. E essas são habilidades que estarão presentes no dia a dia deles para a vida inteira. Além disso, ainda tem a emoção. A gente acompanha os testes, orienta e quando eles superam uma marca anterior, na hora que eles observam o foguete saindo da base a mais de 120 quilômetros por hora, a emoção deles é muito gratificante”, afirma.
A MOBFOG é realizada anualmente pela Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB). É voltada a alunos do ensino fundamental e médio em todo território nacional. A MOBFOG tem como objetivo fomentar o interesse dos jovens pela Astronáutica, Física, Astronomia e ciências afins, e promover a difusão dos conhecimentos básicos de uma forma lúdica e cooperativa.
Os classificados na MOBFOG conquistam vaga para a Jornada de Foguetes. Em 2019, três alunas do SESI Americana foram campeãs da 24ª Jornada de Foguetes, que aconteceu em Barra do Piraí, no Rio de Janeiro.