Americana

Vicenzo Oliveira Pessoa da Silva (9), estudante do 4º ano do SESI Americana, teve seu primeiro contato com o ballet durante as aulas de dança conduzidas pela instrutora de arte, Mônica Borges de Oliveira Martin. A identificação foi imediata e o interesse começou aumentar ao passo que o aluno pesquisava na internet vídeos sobre a rotina de bailarinos profissionais.

“Logo no início ficou nítido que o Vicenzo tem um dom muito especial. Durante as aulas, enquanto os alunos estavam distraídos entre um ensaio e outro, eu o observava memorizando seus passos, sempre atento à marcação”, relata Mônica.

Desempenhando um papel fundamental na formação dos alunos, a instrutora entrou em contato com os pais de Vicenzo, orientando-os a investir no que poderia ser uma brilhante jornada. Mariza de Oliveira Pessoa da Silva (33) e Robert Wagner da Silva (41), ambos trabalhadores da indústria paulista, então matricularam o filho em uma tradicional escola de ballet da cidade.

Sempre focado nos estudos e dono de boas notas, o pequeno bailarino mergulhou no mundo do ballet, participando dos festivais de dança do Sesi e de competições externas da academia de dança que frequenta. Em outubro deste ano, ao saberem que a Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, única filial do Teatro Bolshoi de Moscow, abriria processo seletivo para bailarinos, rapidamente inscreveram Vicenzo.

A primeira seleção aconteceu em Campinas (SP) e contou com 3.083 inscritos, abrindo uma concorrência de 77 candidatos por vaga. Já a etapa final, que aconteceu em Joinville (SC), reuniu 387 crianças de diferentes estados brasileiros, das quais 40 foram escolhidas para ingressar no curso de dança clássica, que tem duração de oito anos.

Durante a seleção, os candidatos são avaliados por médicos e professores de educação física que analisam postura, estrutura, habilidades físicas, motoras, frequência cardíaca e respiratória, além de percentual de massa corpórea, força, musculatura e articulações. Na etapa artístico-musical e cognitiva, profissionais da dança, músicos e professores avaliam as habilidades técnicas e artísticas, musicalidade, flexibilidade, projeção cênica e desempenho intelectual dos candidatos.

Vicenzo foi aprovado em todas as etapas, sendo contemplado com bolsa integral, que inclui, além do ensino técnico em dança, benefícios como alimentação, transporte, uniformes, figurinos e assistência em diversas áreas, como saúde e educação. “Eu me esforcei muito para conseguir essa vaga. Ao me mudar para Santa Catarina, deixo meus amigos, mas estou muito feliz porque estou vivendo a realização de um sonho”, confessa.

                   

“Estamos imensamente orgulhosos por ter um filho tão talentoso que tem nos ensinado muito sobre o mundo da arte. Além disso, somos completamente gratos ao Sesi, pois é onde o Vicenzo aprendeu seu primeiro plié”, observa Mariza.

“O Vicenzo é motivo de orgulho para o Sesi em razão de sua dedicação e, mais do que isso, por seu pioneirismo ao frequentar nossas aulas de ballet que, até então, sempre foi um universo considerado feminino. Dessa forma, ele abre portas para outros meninos, o que vai ao encontro da política de inclusão e diversidade da nossa instituição.”, conclui Pedro Luiz Caliari, gerente regional do Sesi-Sp.

Pedro Caliari, Mariza Silva, Mônica Borges, Robert Silva, Maurício Agostinetto e Vicenzo Pessoa